Música para pensar_4 Polícia
#4_Polícia
No Brasil, roubar uma galinha para matar a fome ou um sabonete em um hipermercado milionário, é bem mais graves, ao olhos do judiciário e da polícia, do que ter 117 fuzis em casa, prontos para serem vendidos às milícias ou fuzilar uma família inteira com mais de duzentos tiros. Prova disso é que no dia 7 de abril de 2019, Evaldo Rosa e Luciano Macedo, foram assassinados por nove militares e nenhum deles está preso. Enquanto isso o delegado Giniton Lages, responsável por prender o Policial Militar Ronnie Lessa, acusado de ser um dos assassinos de Mariele Franco e Anderson Gomes e proprietário dos 117 fuzis, foi afastado do caso, provavelmente para evitar que ele descobrisse as ligações do PM com peixe muito maiores, que são os mandantes dos crimes.
Isso me lembrou aquela música dos anos 80, Polícia, do Titãs.
O refrão falava assim:
“Polícia para quem precisa,
Polícia para quem precisa de polícia”
Ainda não é assim. Um moleque fumando maconha na rua ou um ladrão de galinhas, tem muito mais chance de ser preso e morrer em um presídio do que um assassino. Dúvida?
Diversas pesquisas mostram que no Brasil, de cada 100 assassinatos, mais ou menos 5 casos são descobertos.
Acha isso absurdo?
Então, está cada vez mais claro, no Brasil a polícia não é para quem precisa de polícia e quem diz isso não é o Toni Bellto, que escreveu a letra da música do Titãs, mas os números da violência no Brasil.
Vamos pensar sobre isso ouvindo, Polícia, mas desta vez com o Sepultura, que traduziu os versos do Toni Belloto com um pouco mais de raiva. Ouçam aí, Polícia, na interpretação do Sepultura.
REFERÊNCIAS:
José Eduardo Coutelle. Qual a porcentagem de crimes solucionados pela polícia no Brasil? Disponível em: Acessado em: 07 jun. 2019.
Toni Bellotto. Polícia. (Música) Disponível em: Acessado em: 07 jun. 2019.
Após prender suspeitos de execução, delegado do caso Marielle Franco será afastado, diz jornal. Disponível em: Acessado em: 07 jun. 2019.
Jaílton de Carvalho e Rafael Soare. Carro de músico fuzilado: tenente do Exército fez 77 disparos de fuzil na ação. Disponível em: Acessado em: 07 jun. 2019.
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