DO SUSTO AO SURTO

Dia 12 de junho, tudo muito calmo no XXVIII Congresso Brasileiro do CONASEMS. A tenda escondida e quase sem visibilidade, maioria dos gestores, que procuravam a sala de cuidado pareciam a enteder como um local de "relaxamento". Os povos das práticas, fazendo tudo que sabem fazer, ou seja, cuidando, mas segregados, não sendo parte do evento principal, comendo no chão na hora do almoço.
Mas tinha uma pedra no caminho.
As rodas, como sempre, dando conta do recado, discussões importantes, falas importantes, até gestores “tradicionais” ouvindo, discutindo, contribuindo, pensando em formas de construir uma sala de cuidado em seu município.
Ao lado disto tudo, uma fila com mais de 200 gestores aguardavam pacientemente a hora de ganhar um brinde, um par de chinelos doado por laboratório de análises. Outro grupo de gestores animadamente fotografava e dança em torno de um robô gigante que sapateava forró.
Mesmo alguns tendo ficado frustrados, deprimidos, a roda seguiu em frente, porque a roda da história não para.
Por volta das 19:30 ainda acontecia uma roda de discussão puxada pela ANEPOP, até que alguém disse: tá acontecendo a fala de abertura do congresso, vamos levar nossa mensagem aos gestores.
Rapidamente pegamos nossas bandeiras e fomos em marchar para cerimonia. Nosso grito de ordem: o SUS é nosso não se vende não se troca.
Os seguranças correram para impedir a entrada, mas a reação foi muito lenta e após empura-empura, ameaças de agressão, “beliscões”, conseguimos entrar empurrando os seguranças. Não foi mais possível ignorar nossa presença. Caminhamos pelos auditório lotado sob aplausos, gritos de apoio. O cerimonial tentou nos ignorar, mas nossas palavras de ordem abafaram os microfones, a plateia começou a gritar juntos e fomos levados ao palco, nos fizemos ouvir e não apenas ser vistos.
“Essa tenda é para celebrar um serviço que pensa a saúde para além da doença.”



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