POR QUE FAZER VISITAS DOMICILIARES
Muito profissionais de saúde e até alguns intelectuais que pensam a saúde coletiva e a saúde da família têm restrições as visitas domiciliares. Alguns porque consideram que o melhor ambiente para avaliar um "paciente" seja dentro do consultório, com todos os recursos disponíveis. Outros porque não querem mesmos se deslocar até o bairro, entrar na casa das pessoas e se deparar com a realidade. Há ainda aqueles que julgam que a visita é uma invasão de privacidade, que nela se interrompe a rotina da casa, expões as famílias e as obriga nos receber, enfim, constrange as pessoas.
Pessoalmente acredito que muitos profissionais se escondem dentro de consultórios, onde os usuários aparecem com suas melhores roupas, para não se deparar com a realidade, para não se comprometer com a vida destas pessoas, não adaptar os tratamentos que são padronizados. Assim podem fazer de conta que estão em um mundo ideal onde todos podem seguir prescrições. É evidente que sabem que não é assim, mas sem vez é mais fácil ignorar. Quando entram em contato com a realidade não têm mais desculpas para não mudar o modo de atender e pensar soluções.
Claro é que muitas visitas são invasão de privacidade, mas isso depende de como se faz, quando e porque. Tenho a pretensão de afirmar que na minha prática a visita domiciliar não é invasão de privacidade. Percebo que as pessoas gostam de ser visitadas. Para se entrar na casa de uma família é necessário, antes de mais nada, respeito ao modo de vida de cada um, pois se assim não for cria-se uma barreira.
Durante visita domiciliar não busco doenças ou doentes, procuro entrar em contato com pessoas, que podem estar doentes ou não. Procuro histórias de vida, valores, modos de fazer e entender a saúde. Cada ser tem sua história, que construiu ao longo da vida. Muitas vezes até seguindo caminhos que não gostaria, mas é sua história e isso tem que ser respeitado.
E a visita, desde que olhada com carinho e respeito é muito gostosa de fazer. Descobre-se coisas incríveis, descobre-se como as pessoas são criativas e exercitam seu saber de forma maravilhosa e tendo muito a ensinar para nós todos que nos dispomos a aprender. Quando entramos na casa de uma pessoa temos que estar disposto a aprender, e aprendemos muito. Nunca vou para ensinar nada, vou sempre para trocar e posso dizer que tenho ganhado muito com essas trocas.
Abaixo algumas fotos que tenho ganhado deste povo que visito.
Veja que beleza de fogão a lenha. Foi feito pelo seu José Augusto com as próprias mão. E ele faz também fornos de assar pão.
Quantos doutores sabem fazer fogão de lenha?
O saber da comunidade precisa ser muito valorizado. Eu sei avaliar o estado saúde de modo mais complexo, mas não sei fazer fogão de lenha. E tenho certeza que o meu saber não é mais nem menos importante do que o saber do seu José Augusto.
Dona Nicolina cozinha em fogão a lenha e tem essa panela de ferro linda. Além disso ela planta cebolinhas que ficam enormes. E todos devem concordar que as panelas e chaleiras de ferros são muito mais bonitas que as de aço ou alumínios de hoje em dia. E, como dizia o poeta, beleza é fundamental.
As cebolinhas da dona Nicolina.
Vejam que engenhosidade essa armação para subir as ramas de abóboras. Além deixá-las organizadas e oxigenizadas ainda ganha espaço no quintal para plantas outras coisas. Quem poderá dizer que dona Neuza não é uma doutora em obóboras e até em engenharia?
Pessoalmente acredito que muitos profissionais se escondem dentro de consultórios, onde os usuários aparecem com suas melhores roupas, para não se deparar com a realidade, para não se comprometer com a vida destas pessoas, não adaptar os tratamentos que são padronizados. Assim podem fazer de conta que estão em um mundo ideal onde todos podem seguir prescrições. É evidente que sabem que não é assim, mas sem vez é mais fácil ignorar. Quando entram em contato com a realidade não têm mais desculpas para não mudar o modo de atender e pensar soluções.
Claro é que muitas visitas são invasão de privacidade, mas isso depende de como se faz, quando e porque. Tenho a pretensão de afirmar que na minha prática a visita domiciliar não é invasão de privacidade. Percebo que as pessoas gostam de ser visitadas. Para se entrar na casa de uma família é necessário, antes de mais nada, respeito ao modo de vida de cada um, pois se assim não for cria-se uma barreira.
Durante visita domiciliar não busco doenças ou doentes, procuro entrar em contato com pessoas, que podem estar doentes ou não. Procuro histórias de vida, valores, modos de fazer e entender a saúde. Cada ser tem sua história, que construiu ao longo da vida. Muitas vezes até seguindo caminhos que não gostaria, mas é sua história e isso tem que ser respeitado.
E a visita, desde que olhada com carinho e respeito é muito gostosa de fazer. Descobre-se coisas incríveis, descobre-se como as pessoas são criativas e exercitam seu saber de forma maravilhosa e tendo muito a ensinar para nós todos que nos dispomos a aprender. Quando entramos na casa de uma pessoa temos que estar disposto a aprender, e aprendemos muito. Nunca vou para ensinar nada, vou sempre para trocar e posso dizer que tenho ganhado muito com essas trocas.
Abaixo algumas fotos que tenho ganhado deste povo que visito.
Veja que beleza de fogão a lenha. Foi feito pelo seu José Augusto com as próprias mão. E ele faz também fornos de assar pão.
Quantos doutores sabem fazer fogão de lenha?
O saber da comunidade precisa ser muito valorizado. Eu sei avaliar o estado saúde de modo mais complexo, mas não sei fazer fogão de lenha. E tenho certeza que o meu saber não é mais nem menos importante do que o saber do seu José Augusto.
Dona Nicolina cozinha em fogão a lenha e tem essa panela de ferro linda. Além disso ela planta cebolinhas que ficam enormes. E todos devem concordar que as panelas e chaleiras de ferros são muito mais bonitas que as de aço ou alumínios de hoje em dia. E, como dizia o poeta, beleza é fundamental.
As cebolinhas da dona Nicolina.
Vejam que engenhosidade essa armação para subir as ramas de abóboras. Além deixá-las organizadas e oxigenizadas ainda ganha espaço no quintal para plantas outras coisas. Quem poderá dizer que dona Neuza não é uma doutora em obóboras e até em engenharia?
Aproveitamento de espaço e reaproveitamento de material. Esse é uma exemplo da visão ecológica da população, isso sem sem obedecer a moda, sem fazer alarde.
Esta foto, realizada na casa do seu Constantino Gomes é um exemplo de reaproveitamento e, além disso, demonstra a criatividade, o senso de humor e a estética da população.
Dona Francisca Zuleide com sua máquina de costura insiste em costurar beleza em forma de tapetes de restalho. Criatividade, estética apudarada e visão ecológica.
Vejam que beleza de trepadeira subindo pelo telhado.
Reaproveitou o filtro distribuidor de alguma coisa (oleo talvez) do trator para criar um vaso super original. Demonstra visão ecológica, bom humor e um senso de estética apurado.
Estas fotos foram realizadas duante multirão educativo conta dengue, entre os dias 09 e 19 de fevereiro. Todas as pessoas citadas nesta postagem autorizaram expor a imagem.
Comentários
Seu relato é simplesmente a realidade!!Também amo fazer visitas domiciliares e aprender com eles!!
Juro, fiquei emocionada!!Bjos