O trabalho em atenção básica às vezes pode ser muito monótono, mas isso depende de quem olha e como olha. Mas é verdade que nem sempre nos sentimos fazendo a diferença na vida das pessoas como gostaríamos. Essa segunda-feira começou bem. A agenda hoje era na delegacia. Todos os meses realizamos atendimento na delegacia de polícia de Rio Negro. Atendemos os preso e em seguida os profissionais da delegacia e os policiais militares. Quase sempre e quase todos eles estão, no mínimo, com a pressão alta, mas hoje não foi um dia comum. O primeiro preso a ser atendido foi um rapaz de 31 anos, nordestino de origem, mas no estado há mais de 10 anos. Sozinho, só com a roupa do corpo. Não sabia o numero de telefone dos parentes. Mas ainda sabia do endereço. Perguntei se queria enviar uma carta, disse não saber escrever. Disse que escreveria, ele ditou a carta. Aproveitou para solicitar roupas, material de higiene pessoal e para cortar o cabelo. Segundo preso: um rapaz de 19 anos. Morador de out...