EXEMPLO DE CONFRONTO DE HIPÓTESES - SEMINÁRIO INTEGRADO

PROBLEMAS
Alimentação incorreta;
HIPÓTESES
Uma alimentação incorreta é aquela que não é balanceada, ou seja, não equilibra a quantidade adequada de nutrientes, proteínas, carboidratos, minerais como sódio, potássio, ferro, cálcio, vitaminas ABC e E. Provoca distúrbio no funcionamento de nossos órgãos e tecidos mantendo-os mais frágeis e susceptíveis a um processo patológico. A falta de tais substancia acarreta problemas e patologias ao nosso corpo tais como: enfraquecimento dos ossos, ressecamento da pele, patologias renais e endócrinas, patologias hematológica, baixa imunidade, dentre outras. Referindo-se a Rebeca, com a sua má alimentação, ao sofrer o acidente ela teve maior facilidade de fraturar o pé, pois seu sistema imune estava comprometido. Por isso a recuperação tornou-se mais lenta.
A alimentação incorreta não é causada exclusivamente pelo deseja das pessoas em comer de forma desequilibrado. Em muitas situações as pessoas são influenciadas pela mídia, que destorce a cultura de cada região impondo um padrão único.  A alimentação é influenciada pela cultura de cada região. Mas também pelas condições climáticas e financeiras. Mas o fenômeno da mídia em rede alterou tudo isso. As pessoas de norte a sul estão ingerindo os mesmos tipos de alimentos industrializados. Ao mesmo tempo a TV impõe um padrão de beleza que não pode ser alcançado com o alimento que vende.

PERGUNTAS
De que forma o serviço de saúde pode ajudar os profissionais a atender as necessidades da população estando mais próxima possível a ela?

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender a melhor maneira de atuar de forma mais presente quanto às necessidades da população.

RESPOSTA DA PERGUNTA
A portaria 648/2006, do Ministério da Saúde – MS - relaciona a criação de vínculo entre a população e o serviço como sendo fundamental. Esse vínculo só é fundamental porque hoje o conceito de saúde que orienta o Sistema Único de Saúde – SUS – não é mais aquele do modelo biomédico, ou seja, um conceito que reconhecia apenas as questões estritamente biológicas como problema de saúde.
A Lei 8.080/90, Lei Orgânica da Saúde diz que ter ou não saúde depende de seus condicionantes: moradia, lazer, acesso aos serviços de saúde e alimentação adequada. Ainda acrescenta que saúde é um direito de todos e dever do estado.
Prado; Santos; Cubas (2009), dizem que o conceito de saúde muda constantemente ao longo do tempo e que o conceito de saúde do SUS é hoje o que mais possibilidade dá para o profissional de saúde trabalhar próxima a população. Minayo (1997), diz que a população já tem uma concepção de saúde mais ampla que os profissionais de saúde, ou seja, ela entende melhor o que é saúde e por isso percebe que precisa de um serviço de saúde que vá além do pacote restrito de serviços ofertados pelos profissionais que têm neste modelo o guia de sua atuação.
A cultura profissional a maioria dos profissionais de saúde determina essa visão estreita. No entanto ter saúde depende de uma série de determinantes. Como por exemplo, da compreensão cultural.
Um bom exemplo é a questão da alimentação. A personagem de nosso caso, Rebeca, seguiu uma dieta que julgou adequada para atingir o peso que queria ter. Isso tudo induzida pela mídia, que impõe padrão estético, alimentar e modifica de forma artificial a cultura das comunidades.
Tylor (1871) in: Helman (2003), diz que cultura é

“Aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e todas as outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Keesing, em sua definição, enfatiza o aspecto ideacional da cultura, isto é, as culturas compreendem “sistemas de ideias compartilhadas, sistemas de conceitos e regras e significados que subjazem e são expressos nas maneiras como os seres humanos vivem”.

A mídia entra compartilhando cada vez mais sua própria cultura ou sua interpretação de hábitos culturais. Modifica a forma de alimentação das comunidades sem levar em conta o clima e a condição financeira. Assim as pessoas sentem-se deslocada não podendo seguir o padrão da mídia.
Da parte do serviço de saúde são os profissionais que não conseguem compreender essa distorção da mídia e não contribuem para melhorar o padrão de saúde da população. Fazem um trabalho restrito, como o narrado no caso: não veem a necessidade de criar vínculo com a comunidade para conhecer sua cultura e melhor interagir. Cumpre de maneira precária seu tempo de serviço e culpam a população por sua condição de saúde. Desconsideram totalmente os determinantes de saúde.
O vínculo entre profissionais e a população possibilitaria uma melhora significativa no serviço e nas relações humanas. O profissional próximo à comunidade perceberia as reais necessidades da população e trabalharia para superação. E a questão alimentar é um dos problemas mais sérios e com maiores possibilidade de prevenir doenças e promover saúde.
A alimentação de cada uma no cotidiano não é uma questão simplesmente de cultura ou de gosto pessoal, embora esses aspectos precisem ser levados em conta. Mas também é preciso levar em conta as questões financeiras e climáticas. Helman (2003) destaca que não é só a cultura que determina o comportamento das pessoas. 

CONFRONTO DE HIPÓTESES

Hipótese 1:
A hipótese levantada para explicar o problema: Alimentação incorreta, foi que se tratava de uma alimentação desequilibrada entre seus nutrientes. No caso de Rebeca, essa alimentação era motiva principalmente pelo seu desejo de enquadrar-se em um padrão de beleza ditado pela mídia. Que não levam em conta as condições climática, culturais e financeiras da comunidade.
Após pesquisar, levando em conta discussões da Portaria 648/2006, Lei Orgânica da Saúde (8.080/90); Prado; Santos; Cubas (2009), Minayo (1997) Helman (2003), conclui que a hipótese inicial estava correta. Segundo Helman (2003) “cultura é um conjunto de princípios (explícitos e implícitos) herdados por indivíduos membros de uma dada sociedade; princípios esses que mostram aos indivíduos como ver o mundo, como vivenciá-lo emocionalmente e como comportar-se em relação às outras pessoas, às forças sobrenaturais ou aos deuses e ao ambiente natural.” E a população não está alheia a influencia da mídia alterando e criando novos comportamentos culturais.

REFERENCIAS
·  BRASIL, Ministério da Saúde. Lei 8.080/90 – Lei Orgânica da Saúde.  Brasília: ministério da saúde, 1990.

·  BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção básica. Ministério da Saúde, 2006.

·   Helman, Cecil G. Cultura, Saúde e Doença. 4 ed. São Paulo: Artmed, 2003.

·  MINAYO, Maria C. S. Saúde e doença como expressão cultural. In: AMÂNCIO FILHO, Antenor; MOREIRA, Maria C. G. B. (Org.). Saúde, Trabalho e Formação Profissional. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1997. 138p.

·  PRADO, Ernande Valentin; SANTOS, Adilson Alves; CUBAS; Márcia Regina. Educação em saúde utilizando rádio como estratégia. Curitiba, CRV: 2009.

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