A CRIATIVIDADE COMO FORMA DE RESISTÊNCIA DOS SEM DINHEIRO OU A SABEDORIA POPULAR QUE SE MANIFESTA PELAS DIFICULDADES FINANCEIRAS

Essa engenhoca foi pensada e construída por Genivaldo, da Serralheria Ribeiro de Paripiranga Bahia. A partir da solicitação de um suporte para bicicleta. Mas Genivaldo foi mais além, fez o que não foi pedido. Ele projetou a engenhoca e desenvolveu e, ao perceber que não sairia como havia pensado, aproveitou um rolamento velho de moto e criou um simular de pista, ou seja, tornou o pedalar mais próximo da realidade.
Essa é aprova da engenhosidade da população. Quanto engenheiros teriam essa capacidade?

Veja a serventia da engenhoca.
Estou chamando de engenhoca por total falta de criatividade em batizar o aparelho. MaS bem poderia se chamar, se fosse um produto da "ORGANIZAÇÕES TABAJARA", "TRANSFORMEITOR BICICLETEITOR COMUM EM BICICLETEITOR ERGOMÉTEITOR."

Equipamento em uso.

Tenho uma bicicleta. Na verdade a bicicleta é de minha esposa, Larissa. Gosto de andar de bicicleta e até março deste ano conseguia pedalar em torno de 16 km por dia, ou mais ou menos 120 minutos entre subidas, planos e decidas. Isso foi ainda no Mato Grosso do Sul.
Aqui na Bahia não tenho encontrado tempo para dedicar-me a essa atividade. Pensei então em comprar uma bicicleta ergométrica, mas elas são muito caras e não havia disponibilidade no orçamento. Foi ai que pensei no aparelho desenvolvido pelo Genivaldo.
Precisava aliar duas coisas: a necessidade de exercícios físicos com a necessidade de tempo e concentração para leitura.
Hoje estreie o aparelho e consegui ler durante 40 minutos em dificuldade de concentração e ainda queimando calorias e melhorando o aproveitamento da insulina pelo corpo.
Esse é outro problema a ser melhorado com o exercício. Desde MOSTRA DE PRODUÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, realizada em Brasília ano passado, descobri ser portado de DIABETES e tenho tido dificuldades em controlar a glicose. Gert, companheiro de luta, deve lembrar deste episódio, pois acompanhou.
Mas O testemunho aqui é o da engenhosidade, criatividade que nasce da dificuldade. E a população é mestre nisto. Será que se esta capacidade popular em criar soluções para as dificuldades cotidianas fosse melhor aproveitado o mundo não seria um lugar melhor para todos?
Paulo Freire diz:
"No mundo da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar mas para mudar. No próprio mundo físico minha constatação não me leva à impotência."(1)


É essa constatação da impossibilidade financeira levando a criação e a soluções que possam levar mais além. Ao contrario de simbolizar pobreza, essa capacidade popular de criar soluções, muitas vezes sem as condições tecnicas para tal, é prova do vigar criativo e de capacidade técnica.

(1) FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 34ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

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