A PEDIDOS

Uma pessoa muito querida, por acado, professora minha também, disse que esse trabalho deveria ser publicado neste blog. Como é uma pessoa que admiro muito não vou discuitir e publicar e pronto.

Esse texto foi um trabalho apresentado sobre um filme. Lei abaixo.

GLOBALITARISMO

O filme, Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá, trata fundamentalmente do processo de globalização. É um filme pensado por um pensador, no caso Silvio Tendler[1], cineasta conhecido por sua temática sempre ligada à esquerda. Neste caso, Tendler fez um filme, que partindo do pensamento de outro grande intelectual, no caso, Milton Santos, resgata um pouco da recente história da imposição da globalização e da resistência ao pensamento único no Brasil, na América Latina e no mundo.

O que mais chamou atenção no filme, apesar de todos os temas tratados ou mostrados, foram as lembranças ainda muito vivas da participação em vários destes momentos.

Foi a partir de Milton Santos, principalmente, que o movimento de esquerda de um modo geral, mas principalmente os movimentos sociais e populares, entenderam que a luta, iniciada nos anos 90 contra a globalização, não deveria ser focado no grito de ordem “não a globalização”, mas sim no grito por uma outra globalização.

Milton Santos nos fala que o que estamos vivenciando não é a globalização, mas um globaritarismo, ou seja, mais um pensamento fundamentalista assim como o fascismo ou o nazismo.

As imagens do filme mostram as lutas ao redor do mundo pela defesa dos interesses populares. A luta pelo direita a água potável para todos, moradia, terra e cidadania.

Nos anos 90 pude marchar ao lado de vários grupos que lutavam contra ou por outra globalização. Estive junto ao MST em diversas oportunidades, inclusive na marcha. Com os sem tetos durante ocupação do prédio do Banestado no Centro de Curitiba. Vivenciei bem de perto a angustia do sem tetos e das lideranças a espera da invasão pela polícia. A busca por apoio de parlamentares, movimentos, imprensa e sindicatos.

Especialmente na luta contra o neoliberalismo me lembro bem de 3 drag queem que vinha juntar-se a nós. Lembro do meu espanto e principalmente de um amigo do MST dizer: “o jeito que olhamos para elas é o mesmo que o resto do povo olha para nós”. E é a mais pura verdade. Mas o saldo é que nesta luta, nesta caminhada por outra globalização que integre os povos e as lutas, e não que os divida e os coloquem em oposição, fomos aprendendo a lidar com a diferença e os diferentes.

Referencias:

Silvio Tendler. Disponivel em:
http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/personalidades/silvio-tendler/silviotendler.asp Acessado em: 09 dezembro de 2008.

[1] Silvio Tendler acumula uma bagagem intelectual que inclui licenciatura em História pela Universidade de Paris, mestrado em Cinema e História pela École des Hautes-Études da Sorbonne e especialização em Cinema Documental aplicado às Ciências Sociais no Musée Guimet, da mesma universidade.

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