SAÚDE COLETIVA PARA ALUNOS DE MEDICINA

Dias destes fui convidado a falar sobre saúde coletiva na perspectiva da educação popular para alunos e alunas do curso de medicina de uma Universidade Pública. Fiquei apreensivo, mas fui. Disseram-me que era 60 alunos, mas que a maioria não frequentavam as aulas de saúde coletiva.
No dia havia em sala 16 alunos, segundo meu colega de pós-graduação, que me acompanhou. Nos fundos da sala alguns conversavam, outro liam jornal ou estudavam para provas de outras matérias que devem julgar importante.

Na frente havia alguns interessados.

Comecei falando da minha experiência, do que me levou à saúde coletiva. Dei alguns conceitos e parti para exposição das vivências, que era o que interessava, segundo minha percepção.

O objetivo era mostrar aos estudantes que existem serviços onde a saúde é encarada como algo mais que ausência de doença, pois eles vão iniciar estágio em serviços que nem sempre seguem as premissas da saúde coletiva/ESF –estratégia saúde da família.

A primeira grande polemica foi quando perguntei: “o que uma benzedeira pode fazer que um médico não possa”. Houve uma grande indignação e contestação de que há situações em que o saber da benzedeira seja mais útil que do médico. Após alguns minutos em que achavam respostas para contestar todos os exemplos que dava, uma estudante disse: “é”. Pareceu que ela tinha se convencido dos meus argumentos, mas pode ser que apenas tenha se cansado de argumentar, pois quanto antes terminasse antes iria para casa.

A questão aqui não é se eles se convenceram ao não das questões apresentadas. Até porque na verdade ninguém é convencido de nada, principalmente no momento do debate. A preocupação era chamar a atenção deles e chamá-los participar. As informações que tentei passar era para ser confrontar com suas experiências e opiniões no futuro, quando já estiverem trabalhando em uma unidade de saúde. Faltamente eles e elas vão precisar na prática de cada um, pois gostando ou não, boa parte deles vão trabalhar em saúde coletiva/ESF.

É comum ouvir que a faculdade não prepara os estudantes com vista à saúde pública e ao SUS.
Porém, segundo os alunos de medicina eles têm uma carga horária de saúde coletiva muito alta.
Um aluno disse ouvir falar “nisso” desde o primeiro semestre e não entende por que. Ainda disse que já sabem tudo de promoção de saúde........

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