TEMPO É PREFERÊNCIA

Estamos em plena campanha de vacinação contra gripe. Hoje pela manhã estive no LAR DOS IDOSOS para visita mensal e aproveitamos para administrar as vacinas contra gripe. Como sobrou algumas doses, pois os nossos idosos vivem "batendo pernas" por aí, graças a Deus, fomos a casa da vizinha e lhes vacinamos também. Foi bem interessante porque mãe e filhas tinham mais de 60 anos. A filha disse que nunca tomou vacina contra gripe, embora já tivesse idade e a mãe fazia 6 anos que não tomava. Questionadas do porque disso não souberam ou não quiseram dizer.
Até hoje eu tinha certeza que alguns idosos não tomavam a vacina por desconfiar dela. Alguns acreditam que ela faz mau a saúde, que provoca gripe e até que é uma conspiração para matar os velhos. E eu acreditava que era só isso. Mas essas duas senhoras demonstraram uma outra dimensão: não tomaram porque ninguém viu fazer em casa. Ou seja, tanto faz como tanto fez. Outro senhor disse que tomando ou não a vacina vai morrer.
Ao que parece existe uma desesperança em alguns idosos e nestes casos não fazem questão de viver mais ou melhor: tanto faz. E em outros a acomodação da vida parece imobilizá-los: se vier aqui eu tomo, mas se tiver que ir no posto fico sem. Não é falta de tempo é falta de mobilização de sentir se convidadas, parte da comunidade. Como incluir essas gente boa que ainda tem tanto a mostrar? Situação difícil.
No período da tarde fez um coisa que a muito não fazia e olha que isso deu muito prazer: fui visitar uma puerpera. Segundo relatos dos auxiliares ela não estava conseguindo amamentar, mas agora esta tudo bem. Mãe e filho estão bem.
A demanda por organizar, pensar, por em marcha, fazer relatório tem me consumido nos últimos meses. Não acho isso ruim, mas também não gosto de ficar longe da população. De um modo geral tenho conseguido estar em quase todas as atividades coletivas, mas as visitas domiciliares, que sempre me deu grande prazer, não tenho conseguido fazer. Estão a cargo do Enfermeiro Paulo, que tem atuado como assistente nos últimos meses.
Da rede de educação Popular em Saúde chegou a seguinte mensagem, ainda sobre o Vídeo: ASSIM CAMINHA O SUS EM RIO NEGRO:
"Olás pessoas da EPS,Nesta semana, na disciplina de Pesquisa em Educação (licenciatura em Enfermagem), discutíamos as formas de produção, sistematização e divulgação de conhecimento a partir de experiências, por quem está atuando na prática da docência ( o que em Educação costumamos chamar do professor pesquisador, algo assim. Analogamente poderíamos chamar de educador pesquisador, ou do profissional de saúde pesquisador) . Mais para frente estudaremos o texto do Oscar Jara. Apresentei o vídeo que Ernande postou no Youtube e li uma mensagem que ele me enviou a partir de um comentário que fiz sobre o vídeo. Não preciso contar como as alunas gostaram do vídeo. A processo de produção do vídeo envolve reflexão, e este é um componente essencial da sistematização de experiência. O vídeo está sendo usado também para divulgação da experiência junto ao gestor (que irá na inauguração da Tenda, onde o vídeo será apresentado). Quem viu sabe, como vídeo está bem feito. Foi o que conversamos na disciplina. Fazer o vídeo parte de uma certeza de que o que eu faço tem uma novidade para alguém. E o que tenho ouvido de algumas pessoas da prática é que a rotina parece tão igual em todo lugar, e que, além disso, este momento de reflexão e produção acontece muito pouco. Não temos o costume de escrever (ou o que quer que seja) o que fazemos... Tempo , como diria Dna Creuza (da Maré-Rio), é preferência. Esse vídeo faz parte, penso eu, de um esforço coletivo de caminhar na sistematização de experiências em Educação Popular, sua divulgação, e juntarmo-nos as demais experiências e esforços de EP em termos práticos, de cotidiano nas práticas de saúde nas diversas políticas. Tenho muita expectativa de que os 120 trabalhos do III ENEPS ampliem-se no IV ENEPS e que se fortaleça a visão da EP na prática, que é o eixo central de nosso encontro.A debate sobre o vídeo na disciplina foi uma das muitas formas das pessoas das experiências de EP estarem na academia, na formação de profissionais. Esta Rede propicia isso, que serviço-movimentos-academia dialoguem e construam juntos a formação. Um abraço,Waldenez"
É legal observar que o modesto trabalho que fazemos aqui tem repercussão fora.

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